quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Dúvida cruel

Toda criança já quis ter um super poder. Eu sempre ficava na dúvida se preferiria voar ou ser invisível. A sensação de voar, ainda não descobri. Mas ser invisível não parece ser tão legal quanto sempre imaginei...
Cruzar a avenida movimentada quando o homenzinho verde aparece, trombando com pessoas que quase me atravessam sem nem se darem conta é uma dessas experiências. Meu nominho piscando em azul no computador e nenhuma resposta do outro lado. Várias ligações telefônicas, algumas eu tenho vontade de fazer, são ignoradas. Ele está em reunião. Ela está ocupada. Ele saiu. Eles não estão. E eu, estou?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Insatisfação crônica

O emprego não é o que sempre sonhou. Na verdade, passa longe. Mas quando estava desempregado, passava o dia a reclamar. Tá carente. Não tem namorada. E quando arranja - é até boazinha, coitada - não faz sentir o frio na espinha. Talvez dispense. Quer ir pra longe, conhecer algo novo, descobrir o que o satisfaz. Só encontra a saudade. Quer comer uma barra imensa de chocolate para tentar disfarçar seu azedume. Engorda e dá espinha. Quer o novo, mas sem abandonar o aparente conforto. Isso tem remédio?

Pílula de dúvida: o que equivaleria à TPM no homem?

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Túnel do tempo

Estava relendo as cartas que você me mandou no meu período de claustro. Quando as li pela primeira vez, elas provocaram risos, gargalhadas, lágrimas e, principalmente, alento.
Alento por saber que você está ao meu lado mesmo separados por um fuso horário maluco, uma espécie de túnel do tempo. Eu no futuro, mesmo que seja num futuro de apenas 12 horas, e você num passado mais do que presente.

É engraçado como nessas situações a gente cria coragem de revelar sentimentos como admiração e cumplicidade não imagináveis, pelo menos não por mim, até então. Não queria cair naquele lugar comum de dizer que a gente só dá valor quando não está ao alcance, mas talvez tenha sido inevitável.

E se hoje estou aqui, quase firme e forte, é porque você continua ao meu lado. No mesmo continente, país, estado, cidade, na mesma sintonia. Você sabe que sempre sonhei ter asas para voar por aí, mas sei que elas devem ser sinônimo de liberdade e não de fuga...

Por isso decidi ficar e encarar a vida, esta a que fui lançada. Decidi abraçá-la e pagar para ver. E aqui, sei que sempre que o claustro começar a se fechar ao meu redor, ainda terei as suas cartas. E principalmente, você.

domingo, 2 de setembro de 2007

Conhece-me e cativa-me

É isso! É isso que me faz gostar de você. Você se deu ao trabalho (e que trabalho!) de tentar me conhecer. Admito que não é uma tarefa fácil. Posso até gostar de você, ir com a sua cara no começo, mas dificilmente vou correr atrás ou ligar no dia seguinte. Mesmo assim, você não desistiu!
Tanto fez, que hoje é parte da minha vida. Parte importante. Não sei exatamente o motivo que fez você achar que valia a pena, mas sou muito agradecida por sua obstinação. embora não tenha o hábito de te dizer, você é muito especial para mim. Embora também não pareça, juro que me esforço para fazer valer a pena, que seu feeling sobre mim esteja certo...
É isso! Você me conhece de verdade e, mesmo assim, permanece ao meu lado. Obrigada.

"- Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo..." (...)- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. O homem não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga cativa-me! Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
E continuou:
- Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Trechos do livro "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupèry, que li, embora nunca tenha sonhado em ser miss.