quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Auto-suficiência

Forte, emancipada, lúcida, independente, madura, prática, objetiva, segura, equilibrada, firme, responsável, adulta. Não preciso de ninguém. Só de você.

A vida secreta das palavras

Sim, assisti ao filme, mas não é dele que se trata o texto. Na verdade, só usurpei o título. É que estive pensando em como a maioria das pessoas não se dá conta sobre a importância dela. Da palavra. Não só de sua omissão, como no filme, mas em seu uso no dia-a-dia. Não é só uma questão de falar e escrever “menas” ou “seje”, embora isso me incomode bastante...

Para quem passou alguns anos estudando a importância de escolher uma palavra em vez de outra, de juntar uma a outra deforma que faça algum sentido, que transmita a mensagem como desejamos, sabe do que estou falando. As palavras, depois que saem da boca ou da ponta da caneta, já não nos pertencem mais.

No mundo dos e-mails, conversas instantâneas pelo computador ou celular, scraps, em que não há entonação e não encaramos o nosso interlecutor, as palavras certas ou erradas podem ser cruciais. Admito que sou uma dessas pessoas que medem as palavras nessas ocasiões. Nessas e em muitas outras. E, por isso mesmo, quando encontro um interlocutor que domina este mundo, sinto-me ameaçada. O que ele quis dizer com isso? É o que eu estou pensando? É um jogo? Ou é apenas um “oi”?

Para muitos, um “oi” no orkut ou uma mensagem de boa noite no celular são apenas isso. Por que então dedico tanto tempo relendo e analisando essas mensagens? Sim, devo fazer parte do tal grupo obsessivo e paranóico que procura pistas nas entrelinhas...

“Fabiano admirava as palavras bonitas das pessoas da cidade, mas sabia que elas eram perigosas. Pessoas e palavras”. Trecho do livro “Vidas Secas” de Graciliano Ramos

Cá estou...

Sim, sucumbi a essa história de ter um blog para escrever essas coisas que passam pela minha cabeça enquanto estou no trânsito ou quando encosto a cabeça no travesseiro. Sem o tal compromisso com a imparcialidade, com o factual, com a idéia de vender idéias ou a pretensão de formar opinião. Só colocar pra fora, já que ainda não tomei coragem de fazer terapia...