quinta-feira, 3 de abril de 2008

Lembro-me que nos abraçamos, nos beijamos, seguramos as lágrimas. Era uma despedida. Quando dei as costas e entrei naquele avião, sabia que era um adeus temporário. Mas o tal destino nos pregou uma peça e você fez o que parecia impossível. Eu fui embora, mas foi você quem me deixou. Logo você, sempre tão onipresente. Meu único porto seguro, que eu achei que estaria sempre aberto para eu aportar. Foi-se. Sem bilhetes ou despedidas.
Descobri que as despedidas nunca são temporárias. Mesmo que um dia a gente se encontre novamente, não seremos as mesmas pessoas que se abraçaram naquele aeroporto. Eu já sei que não sou.
A gente não vai embora porque não gosta mais, porque não ama mais.
Não vai embora só porque já está de saco cheio.
Não vai embora porque quer.
Não vai embora só para fazer chorar.
Simplesmente vai. Algumas vezes com o bônus ou ônus da despedida.
E ficar também gera acúmulo. Muito. Às vezes até transborda.