domingo, 21 de agosto de 2011

Estrangeiro

É comum ficar viciado em séries de T. Atualmente, acho que estou aficionada pela série de pequenos documentários “Amores Expressos”. A série junat literatura e viagem, logo, é fácil de defender esse meu vício. Ainda não assisti a todos, mas alguns me chamaram a atenção. Eu, que adoro fazer terapia na escola da psicanálise do dia a dia, parei para pensar sobre o que alguns autores descrevem sobre a experiência de passar um tempo num outro país em busca de uma história que ainda não se sabe qual é. Principalmente no caso de um país muito longínquo, seja geograficamente ou culturalmente. A questão de ser um estrangeiro. E mais, a questão de se sentir um estrangeiro. Sobre o fato de dois deles descreverem que se sentem tão estrangeiros naquele lugar quanto em sua cidade, em seu bairro, em seu país de nascimento. Ao menos, sentir-se um estranho de papel passado em outro lugar parece mais lógico, mais reconfortante.

No momento em que ouvi isso, achei que fez todo sentido! Afinal, sentir-se um estrangeiro no seu lugar de origem é estranho, faz sentir que há algo de errado consigo, gera desconforto. As pessoas ao redor também acham isso, ainda que não digam. Em geral, elas dizem, não com todas as palavras, mas dizem. Isso me deu um sopro de alento. Pelo menos posso usar como desculpa para essa vontade de estar em outro lugar, de viver outras vidas, de ser um estrangeiro de fato. Se for para ser um estranho, ao menos serei um estrangeiro!

Para mim, que costumava ser um estrangeiro no meu corpo, que não me reconhecia entre os meus e que nunca foi de Carnaval, talvez veja o exílio em outro países como uma chance de ser eu. Em outro lugar.

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