segunda-feira, 18 de março de 2013

Saudade,


Dizem que deus é onipresente, onisciente e que nunca nos abandona. Mas e você? Um dia você me abandonará?

Para mim, você é tão contraditória, assustadora e alentadora quanto deus. Depois que se instala, parece nunca mais ir embora. Você não se desgasta com o tempo como eu esperava, só vai emudecendo, mas continua me encarando. Às vezes, o olhar até tem uma certa doçura, que me faz ter uma fagulha de esperança, como quando nos encontramos em Veneza. Mas, às vezes, só de te olhar de relance, tenho vontade de chorar, como agora.

Paradoxal, a sua presença é diretamente proporcional à alegria que um dia senti. Quanto maior você é, maior era o amor e a felicidade que ficou para trás.

Você não se renova como a paixão, nem precisa de um estopim para se manifestar como a raiva, você não é fugaz como a euforia. Não, você fica lá, acumulando mais e mais.

Você é ausência. Como a falta pode ser assim tão robusta?

Sei que você não pretende ser triste, sei que você também gostaria de se libertar, mas estamos presas uma a outra, né? Porque de um jeito muito doido, você é a única ligação que tenho com aqueles momentos.

Saudade, você é muito louca.

Sempre sua,
Carol 

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