terça-feira, 13 de novembro de 2007

O ano em que fui expulsa da Terra do Nunca

De uma reunião na semana passada só me lembro de uma coisa em meio a tantos assuntos importantes. Alguém disse que só havia 32 dias úteis até o final do ano. Praticamente um mês em dois. Ou seja, o ano já acabou, o supermercado já está vendendo panetone, o Papai Noel já está sentado em seu troninho no shopping e a 25 de Março já teve o trânsito interditado para as compras infernais de fim de ano (e isso já é assunto para outro post).
Todo esse nariz de cera é pra dizer que embora estejamos na primeira quinzena de novembro, o ano já acabou! E todo final de ano todo mundo faz aquele bendito balanço do que aconteceu e promessas para o ano seguinte. E eu, que nunca fui dessas de fazer listinha de final de ano, que sempre dão em nada, estou aqui...

Embora sempre solte aquela frase “Nossa, como o ano passou rápido”, o meu 2007 teve doze horas a mais do que os outros. E essas horas fizeram toda a diferença. Tudo foi muito diferente. O primeiro dia do ano foi muito frio. E parece que nunca mais esquentou. Mas pelo menos, pude aproveitar a neve para experimentar a insanidade de descer uma montanha de gelo em cima de uma prancha.
Outra insanidade, pelo menos para uma sedentária convicta, foi pedalar trinta quilômetros- ida e volta- para passar duas horas na praia. No frio. Na lista também estão passar catorze horas de pé (passei mais horas de pé do que em toda a minha vida de usuária de transporte público), trabalhar, sete dias por semana por várias semanas (ah, mencionei as variáveis “bengala” e “tala”?), olhar duas mil peças iguais por dia; seis meses na completa abstinência da sétima arte; descobrir através de gestos que estava numa cidade completamente estranha, num país estranho à meia-noite na véspera da volta ao Brasil...
Mas teve as descobertas! Experimentar iogurte de babosa (e achar bom); experimentar gafanhoto caramelizado ( esse é mais ou menos); andar sozinha de trem na segunda de manhã em Tóquio (nem foi tão traumatizante); conhecer alguém que vem de um país que se chama Uzbequistão, dormir numa cápsula igual ao do filme “Quinto elemento”, viajar de uma ilha estranha para outra mais estranha ainda sozinha e nada de ruim acontecer; sentir nos pés a água gelada de outro oceano, além do Atlântico; mergulhar na água azul turquesa e sentir um barato muito bom (e lícito); aprender algumas coisas, mesmo que poucas sobre um país completamente estranho, mas que de alguma forma faz parte de mim; ver o tal do Monte Fuji, mesmo que de longe; andar no trem bala, ver o sol nascer na Terra do Sol Nascente...
E o que fez a completa diferença: encontrar e reencontrar pessoas. As minhas pessoas. Aqui ou lá. E começar a aprender a partir, regressar, abandonar, ser abandonada, despedir, comemorar, mudar. Que venha 2008.

Um comentário:

  1. 2008 vai ser "O" ano. Você vai ver. Pena que não tem mtos feriados.

    E 2007 ainda não acabou, anota aí.

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